
Apogeu e Crise do Açucar

[Imagem da Internet.]
Durante o século XVI e início do século XVII, o Brasil se tornou o maior produtor de açúcar do mundo, gerando muita riqueza para os senhores de engenho, para Portugal e principalmente para os holandeses. Estes chegaram a controlar cerca de 66% de todas as mercadorias transportadas entre Brasil e Portugal, e, além disso, contavam com 25 refinarias em Amsterdã para completar a transformação do açúcar brasileiro em uma mercadoria pronta para o consumo. Com isso, estima-se que os holandeses abocanharam a terça parte do valor do produto (açúcar) vendido.
Os senhores de engenho do Nordeste importavam tanto roupas e alimentos, quanto louças e objetos de decoração da Europa e, como consequência dessa constante importação de mercadorias e da participação dos holandeses e portugueses no comércio de açúcar, quase toda riqueza aqui gerada foi desviada da colônia para as áreas metropolitanas, caracterizando as condições do pacto colonial. Firmava-se dessa forma o caráter exportador da economia brasileira no período colonial.
No século XVII, devido principalmente a fatores externos, a empresa açucareira do Brasil começou a dar sinais de declínio. O que contribuiu para isso foi o domínio espanhol sobre Portugal e suas colônias (1580-1640) e a consequente guerra entre Holanda e Espanha, que levou os holandeses a produzir o açúcar em suas próprias colônias. Como os holandeses eram conhecedores das técnicas de produção e senhores do processo de refino e comercialização, eles deram início a sua produção nas Antilhas, concorrendo vantajosamente com o açúcar brasileiro e levando-o a uma séria crise. Assim, o preço do açúcar brasileiro na praça de Lisboa caiu a um terço de seu valor entre os anos de 1650 e 1688. Essa crise da produção açucareira no Brasil trouxe prejuízos tanto para a economia metropolitana quanto para a colonial.
Uma longa crise econômico-financeira emergiu em Portugal pela decadência da produção colonial de açúcar. Isso levou o rei, D.Pedro II (1683-1706), a buscar soluções para superá-la. Nesse sentido, destaca-se a atuação do conde de Ericeira, ministro do rei, que baixou as leis chamadas de “pragmáticas”. Citemos 2 da “Pragmática de 1677”:
“Ordeno que:
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Nenhuma pessoa possa usar, nos adornos que novo fizer, de seda, rendas, fitas ou bordados que tenham ouro e prata fina.
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Nenhuma pessoa se poderá vestir de pano que não seja fabricado neste reino; como também não se poderá usar de voltas de renda, cintas e chapéus que não sejam feitos nele.”
Como foi dito, houve a proibição do uso de certos produtos estrangeiros, a fim de reduzir as importações e, assim, equilibrar a deficitária balança comercial lusa.
No Brasil, estimulou-se a produção de tabaco e outros produtos alimentares destinados à exportação. Foram feitos esforços para melhorar a produção açucareira, medidas que surtiram efeito só no início do século XVIII, coincidindo com o início da economia mineradora. Porém, nessa fase, o açúcar apresentava uma rentabilidade bem mais baixa que nos séculos anteriores e concorria num mercado bastante competitivo, buscando o aumento da produção a partir de melhorias técnicas e racionalização administrativa.
É preciso destacar que mesmo perdendo sua supremacia no conjunto da economia colonial, o açúcar sempre foi o principal produto nas exportações. No século XIX, os principais centros produtores de açúcar no Brasil eram a Bahia e Pernambuco, seguidos do Rio de Janeiro.
Em Portugal, a política de desenvolvimento econômico perseguida por Ericeira foi logo abandonada. Em 1703 as pressões inglesas sobre Portugal e os produtores de vinho levaram à assinatura do , pelo qual Portugal abria o reino aos importados ingleses, normalmente caros produtos manufaturados, e a Inglaterra fazia o mesmo para o vinho português. O tratado recebeu o nome do comerciante inglês que encaminhou as negociações entre os dois países e estabeleceu uma desigualdade financeira nas relações comerciais entre Inglaterra e Portugal, o qual passou a viver difícil situação socioeconômica.
Referência Bibliográfica:
Livro "HISTÓRIA DO BRASIL". Autor Claúdio Vicentino; Gianpaolo Dorigo.
Editado dia 02 de dezembro de 2014.
ADRIANA E WANESSA.
O Principal Produto do Mercantilismo nos Séculos XVI e XVII.
Economia do Açúcar.
No vídeo é abordado as características da economia do açúcar. O produto princinpal do mercantilismo na relação coloniâ Brasil e Portugal.
Link do vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=O1oWKSIRNVc
Publicado dia 04 de dezembro de 2014.